#MEUAMIGOSECRETO É O MELHOR CAMINHO?

Gostaria de abrir este post com um comentário muito frívolo: é “amigo oculto” e não “secreto”. Ufa! Agora que tiramos isso do caminho, podemos dar…

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Gostaria de abrir este post com um comentário muito frívolo: é “amigo oculto” e não “secreto”. Ufa! Agora que tiramos isso do caminho, podemos dar sequência… Você provavelmente já se deparou nas suas redes sociais com alguma publicação da campanha #MeuAmigoSecreto, onde pessoas denunciam o machismo de pessoas próximas, sem citar nomes.

Geralmente, as melhores denúncias envolvem algum grau de hipocrisia por parte do denunciado. Como a de pessoas que publicamente defendem a igualdade entre sexos mas em casa não praticam o que pregam. Se não em casa, talvez no trabalho, numa reunião coletiva. Ou ainda pessoas que usam dois pesos e duas medidas para julgar os outros. Enfim… Você certamente já pensou em alguém do seu convívio dentro de alguma dessas descrições. A verdade é que de hipócritas, o mundo está cheio. Machistas ou não.

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Pessoalmente, estou adorando acompanhar o desenrolar desta hashtag, sobretudo quando denuncia um comportamento como os acima, em que a atitude da pessoa cai em contradição com o que ela fala. Claro que esse tipo de ação sempre tem mérito, nem que seja para mensurar a incidência deste tipo de acontecimento. Mas será que isso está ajudando? Essa enxurrada de indiretas vai fazer as pessoas refletirem mesmo?

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Cara, que nojo.

Se você lesse uma indireta dessas para você, te faria mudar de comportamento ou apenas ter raiva da pessoa que escreveu e eventualmente te expôs assim? Não quero atrapalhar o movimento, mas talvez seja importante questionar os meios. Sei que às vezes a gente fica frustrado ao presenciar tantas injustiças e incoerências. É bom poder desabafar sobre os absurdos que presenciamos além de muito válido colocar o assunto em pauta por si só. No entanto, vou ter que insistir: é eficaz?

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Já que é para falar sobre amigos, porque não conversamos com eles sobre suas decisões e atitudes? Diante de uma manifestação de machismo por parte de um amigo ou amiga não é melhor tentar elucidar pessoalmente? Eu entendo que não dá para fazer isso com qualquer um. Mas ainda assim, esclarecer que seja uma pessoa de cada vez, não é mais eficiente do que mandar alfinetadas públicas?

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Parede de uma escolinha

Solidarizo muito com os denunciantes e não nego que estou adorando ler cada depoimento, correndo o risco de cair eu mesma em contradição. Me choquei com muita coisa. Ainda assim, não tenho certeza de que este é o caminho. Posso estar enganada… A verdade é que não há uma linha guia para os depoimentos compartilhados. Vi algumas denúncias muito necessárias, como no caso da #MeuPrimeiroAssédio. Mas as alfinetadas, apesar de extremamente pertinentes e verdadeiras, talvez não honrem o poder de transformação da #MeuAmigoSecreto.

Quanto aos meus amigos, estão cansados de me ouvir repreendê-los, rs. Tampouco sei se é a melhor coisa a fazer, mas espero ter plantado ao menos uma sementinha em cada um.

O que acham?

Beijos,
Gabi

11 comments

  1. Este questinamento é muito válido, a minha opinião é que vale a pena sim, pq eu mesma vi um ou dois posts de caras que perceberam as indiretas e logo perceberam o machismo em si mesmos. Sim, vi mais caras zuando e diminuindo o movimento, mas acho que é sempre assim: pra cada pessoa que reflete e muda de opinião, terá sempre dez pessoas que não refletem e só propagam a sua ignorância, mas tisso não significa que agt vai parar de tentar mudar essas mentalidades né ? Beijos

    1. Parar jamais! Só me pergunto se é a melhor opção para a transformação.
      Na minha timeline pelo menos não vi muitos resultados positivos, como aconteceu com o #MeuPrimeiroAssédio, que teve uma repercussão maravilhosa.
      Talvez seja apenas o que eu presenciei e minha timeline não represente o todo do movimento.
      Que bom que você observou resultados diferentes.
      Só achei importante a gente questionar se estamos atuando da melhor forma.
      Mas parar? Jamais.
      Obrigada por compartilhar sua experiência. :)
      Beijos,
      Gabi

  2. Na história, podemos observar que as situações de opressão só mudam por iniciativa do oprimido, quando ele se posiciona contra ela e decide não tolerá-las mais. As campanhas servem para fortalecer e incitar a mulher a, NA MEDIDA DAS SUAS POSSIBILIDADES E DAS CIRCUNSTÂNCIAS, não tolerar mais comportamentos machistas e abusivos. Se no caminho, alguns homens, influenciados pelas campanha, mudarem seu comportamento, ótimo; mas, de um modo geral, esperar que eles o façam espontaneamente é ingênuo. Quem faz a mudança é quem a deseja e não quem está em situação confortável.

    1. Acredito muito no empoderamento feminino, mas acho que ele não bate de frente com a conscientização da parte dos homens.
      São muitos deles atuando de positivamente pela igualdade.
      Acho que podemos atuar em todas as frentes.
      Posso estar sendo ingênua sim… Mas vou correr este risco.
      Beijos,
      Gabi

  3. Gabi, não entendi sua posição, pois na resposta à Jéssica você disse o oposto; que a resposta dos homens à campanha não parece estar sendo de aumento da conscientização (claro que estou generalizando, achei que não fosse necessário mencionar que há exceções, pq sempre há).

  4. Oi Gabi, concordo com a Camila e também não entendi sua resposta à ela…
    Eu vi também na minha timeline homens dizendo que perceberam as indiretas e desconstruindo seu machismo, o que reflete o que a Camila falou, homens mudando, ou pelo menos percebendo, suas atitudes machistas pelo caminho…

    Você mesma encerrou o post falando que espera ao menos ter plantado uma sementinha em cada um dos seus amigos que já repreendeu. Pronto. Taí porque precisamos sim de movimentos como esse, para abrir os olhos dos homens e das mulheres que se sentirem incomodados, de um lado ou de outro.
    Se der certo, ótimo, se não tem outras hashtags aí ;)

    1. Oi Bruna!
      Eu sou a favor de qualquer coisa que funcione, rumo à igualdade.
      Meu questionamento era só se estava funcionando.
      O que eu presenciei parecia não estar dando muito certo…
      Mas vocês já viram algo diferente.
      Que bom! :)
      Beijos,
      Gabi

  5. Todos nós somos hipócritas e incoerentes em algum momento de nossas vidas, acredito que isso seja natural do ser humano e da sociedade. Mas, uma alfinetada e uma indireta, às vezes, servem pra pelo menos abrir nossos olhos para o quanto estamos sendo incoerentes e hipócritas! Ah, e todos nós sobrevivemos a elas, né! E nossa! Já conheci vários do tipo “descolado, de esquerda, que apoia a causa feminista e chifra a namorada porque isso é coisa de macho”, assim como, já conheci vários do tipo que não deixam as filhas usarem short curto, mas paqueram as menininhas na rua.

  6. Oi meninas! Talvez esse comentário esteja um pouco atrasado… Mas não posso deixa esse falar que eu discordo totalmente de vocês… Estou achando esse movimento muito válido sim! Primeiro, quero esclarecer que a minha faixa etária é bem diferente da de vocês (tenho 20 anos) e, portanto, as pessoas com quem convivo e os depoimentos que li devem ter sido bem diferentes.
    Bom, eu faço parte de um grupo no facebook de meninas de 17-25 anos, que tratam de assuntos diversos, desde machismo até coisas mais fúteis, como dicas de como usar aplicativos de namoro, por exemplo. Muitas meninas se utilizarem da #meuamigosecreto pra se abrir perante as quase 20 mil garotas que estão no grupo. Isto porque muitas não tiveram a coragem de postar na timeline por receio da repercussão, por ainda não ter tido coragem de contar pra pessoas próximas, etc.
    Li dezenas (talvez até centenas) de relatos e confesso que fiquei muito chocada com o que as meninas passam por conta do machismo. Até mesmo a minha geração, e gerações mais novas, que tem contato desde mais jovens com o movimento feminista, sofrem e MUITO por conta do machismo. Infelizmente pude ler muitas garotas confessando que sofreram abusos sexuais e psicológicos gravíssimos, inclusive de parentes e nem sempre só de homens!
    Eu, felizmente, não passei por nenhuma situação tão abusiva quanto algumas delas, mas lendo alguns dos relatos menos assustadores, pude perceber que passei por situações extremamente machistas, inclusive com meu ex namorado, que foi um relacionamento que eu sempre considerei saudável, e eu nunca havia reparado. Essas hashtags têm aberto os olhos de muitas pessoas sim! E eu acho isso incrível. Hoje em dia, graças ao contato que tive com essas meninas maravilhosas e corajosas (por terem enfrentado tudo que todas as mulheres sofrem todos os dias e muitas vezes até coisas piores) consigo problematizar bem mais a sociedade em que vivemos… Consigo perceber bem mais como certas ideias, certos comentários e até certas piadas são muito erradas e mexem com coisas como pedofilia, gordofobia, machismo, homofobia, enfim… Coisas que eu nunca havia parado pra pensar antes.
    A campanha teve uma repercussão muito bonita nesse grupo, muitas meninas ficaram aliviadas de poderem se abrir com alguém, mesmo que com desconhecidas (a cada post eram centenas de comentários apoiando ou confessando ter passado por algo parecido), ou então foram incentivadas positivamente a postarem as histórias na sua página do facebook e até mesmo conversar com os “amigos secretos”….
    Enfim, eu acho que toda essa mobilização está mudando sim os paradigmas da sociedade. Logicamente ainda falta muuuuito pra alcançarmos todos os nossos direitos, são centenas de anos de opressão para serem “compensados”, e mesmo que muitos homens e até algumas mulheres achem essas campanhas virtuais ridículas, mimimi ou encheção de saco e tirem sarro do sofrimento alheio, também percebo uma mudança na mentalidade de muitas mulheres e futuras-mulheres por aí! Talvez a campanha não atinja os abusadores e machistas denunciados, mas está empoderando muita gente, permitindo que as mulheres tenham lugar de fala e se sintam mais livres a se expressaram quando se sentirem incomodadas com algo.
    Do meu ponto de vista, foi muito mais uma forma de união do que de denúncia em si. E eu acho que está gerando mudanças sim!

    Adoro o blog, é um dos únicos que ainda acompanho, e não pude deixar de mostrar uma opinião diferente da de vocês.

    Beijos

    1. Oi Tati!
      Obrigada pelo relato. Acho que tivemos experiências bem diferentes com a Hashtag…
      Sou feminista, como você sabe e sou a favor de qualquer coisa que nos leve rumo à igualdade.
      Eu só temia que essa hashtag tivesse o efeito rebote.
      No caso do #meuprimeiroassedio, foi algo muito pertinente, assertivo e de penetração. Foi algo enorme e super sério
      Já a amigo secreto virou até piadinha de twitter. E era esse o meu questionamento.
      Mas descobri através de vocês que surtiu efeito sim em alguma parcela. Já me dou por satisfeita, rs.
      Beijos,
      Gabi

  7. Acabei de perceber que o comentário ficou gigante… Enfim, espero que leiam!

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