Sempre me entendi como uma pessoa que gostava de trabalhos manuais. Desde criança curtia fazer argila, ponto cruz, as roupas das minhas bonecas, colar de miçanga,… tenho memórias de sempre ter sido estimulada a trabalhar esse lado e, não por acaso, acabei fazendo faculdade de Design (gráfico e de produto).
Trabalhar com a criatividade sempre foi algo que eu busquei – e que sinto falta quando não faço. Me encanto e me empolgo quando vejo o resultado de algo que eu mesma fiz. A satisfação do “eu que fiz” do “faça você mesmo” é muito especial.
Quem me acompanha há um tempo já está acostumado com meus DIYs de carnaval, de acessórios, de décor,… Mas vai além disso – principalmente neste momento que estamos vivendo.
Não estou querendo romantizar a pandemia, veja bem. Até porque não existe lado bom disso tudo. Mas acredito que, mais do que nunca, vamos sentir a necessidade de passar nosso tempo produzindo algo para nós mesmos. Seja uma receita, um macramê para decorar a sala, uma unha colorida para alegrar a semana,… as opções são múltiplas e me vi, dentro desse novo cenário, com uma vontade de começar algo novo.
Foi aí que me inscrevi em um curso de bordado de miçangas e paetês da plataforma Domestika. O curso apareceu para mim como patrocinado no Instagram – e deu certo, porque comprei, rs…
Em uma tarde de domingo assisti todas as aulas e terminei com uma vontade enorme de sair bordando. Improvisei com o que tinha em casa: cortei uma ecobag e usei o tecido para servir de base, peguei umas miçangas e paetês que estavam guardadas junto com o único bastidor de plástico que eu tinha e já comecei bordando uma estrela.
Demorou cerca de umas 8 horas até que terminasse todo o bordado – e pareceu que foi até menos porque o tempo voou! A satisfação quando terminei foi tão grande que comecei logo a pensar em que poderia transformar aquele bordado: “Será que emolduro? Faço de broche? De brinco?”.
Cartão bordado que fiz para minha mãe de Dia das Mães – postei o IGTV do processo
Depois desse bordado emendei em outro, depois em outro,… e aí percebi que esses momentos bordando eram um verdadeiro R E S P I R O em meio a todo esse caos e que me ajudavam a controlar a ansiedade. Nem que por algumas horas, eu esquecia de toda loucura e tristeza que estava lá fora.
Precisamos ter esses momentos às vezes – e mais do que nunca. Percebi, pelas postagens que fiz sobre os bordados lá no Instagram, que algumas pessoas também estavam se dedicando à essas atividades manuais e usando esse tempo como uma válvula de escape.
Bordado que virou brinco <3
Minha sugestão: tente aprender algo novo. Tente descobrir uma atividade manual que você goste. Vejo que muitas pessoas têm essa vontade, mas não se abrem para essas atividades por acharem que não têm “talento”, que não vão conseguir. E eu sempre digo: todo mundo consegue. É normal errar, é normal não ficar bom de início, na primeira, na segunda, na terceira tentativa – e não tem problema nenhum nisso. Errou? Não ficou bom? Desmancha e começa de novo.
Precisamos parar de romantizar talento e criatividade, como se fossem características que já nascem (ou não) com a pessoa e que não podem ser criadas ou aprimoradas.
Talento é experimentação. É se permitir tentar, fazer, descobrir e aprimorar nossos próprios métodos, processos, técnicas, gostos e identidade.
Criatividade é repertório. É estar sempre ligado no que acontece ao nosso redor e criar uma percepção maior sobre as coisas. TUDO pode servir de inspiração. Brinco que a criatividade é como uma biblioteca de referências que a gente vai coletando no nosso imaginário ao longo dos anos. De filmes, livros, conversas, buscas na internet, do nosso passado, das lembranças e nostalgias, das emoções,… Os “insights” de criatividade, como chamam, são as junções dessas referências. É daí que vêm as boas ideias.
As crenças limitadoras de que criatividade e talento são “dons” fazem com que, muitas vezes, a gente não se permita tentar algo novo – acho que estamos perdendo muito com isso.
Tente fazer algo para você nesses próximos dias e se permita esse respiro. Depois me conta como foi o processo. :)
Beijos,
Mandy
Quando eu era pequena, minha mãe me ensinou a fazer ponto cruz, achei uma ótima idéia, vou voltar a praticar. s2
eu adorava ponto cruz quando era criança! <3 faz sim, carol! :)
beijos, mandy
Que legal ter encontrado este post. Adorei a sugestão e já fiquei querendo descobrir algo pra fazer também. Beijos…
Minha mão sempre gostou de fazer esse tipo de arte e eu acabei aprendendo tbm, tem muito tempo que não faço mas vendo esse post me deu um saudade kkk bjsss
Normalmente eu nunca comento em blogs. Você está fazendo um ótimo trabalho
muito interessante, bom trabalho e obrigado por compartilhar um blog tão bom.
Normalmente eu nunca comento em blogs. Você está fazendo um ótimo trabalho
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