BRINQUEDOS PARA TODO MUNDO

Na minha primeira viagem aos Estados-Unidos, eu devia ter uns 10 anos, me lembro vividamente do choque que foi entrar na Toys “R” Us. Quando…

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Na minha primeira viagem aos Estados-Unidos, eu devia ter uns 10 anos, me lembro vividamente do choque que foi entrar na Toys “R” Us. Quando digo choque, é porque eu fiquei parcialmente paralizada mesmo. Enquanto minhas irmãs chegaram no caixa com carrinhos cheios e transbordantes, eu saí de lá com uma Barbie e um album de adesivos de dinossauros, rs. A loja era tão grande e com tantas opções que eu não consegui ficar à vontade… Mas um outro dilema me marcou mais do que esse paradigma: a tal Barbie que eu levei. Veja bem, eu não tinha tantas Barbies assim. Talvez umas 2 ou 3, sendo uma com o cabelo já cortado e devidamente destruído. Mas na Toys “R” Us me deparei com uma variedade totalmente nova para mim. Minha concepção de “Barbies” era aquela boneca loira, talvez uma sereia e outra com bicicleta. Parava por aí. Na América tinha Barbie de tudo quanto era tipo… E na America tinha Barbie negra! Aqui ela até tinha umas amigas e uma irmã pequena/filha. Mas negra eu nunca tinha visto. E foi justamente essa a que eu escolhi:

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Eu não achei foto da minha, mas era alguma versão anterior a esta. Uma boneca negra, médica… Com cabelo liso e olho verde, rs. No fundo eu não queria essa Barbie, porque para mim a “original” era a loira. Talvez por consciência ou teimosia, me obriguei a levar a negra pediatra. Eu sabia que ela era diferente, e melhor por isso. No fim acabei mais frustrada pelo estetoscópio que vinha colado no corpo – que não me deixava colocar as roupas que eu queria, do que pelo fato de ela não ser a loira. Num outro momento comprei mais uma Barbie negra, sem estetoscópio, rs. Claro que isso tudo foi nos anos 90! De lá para cá as coisas melhoraram muito… Ou será que melhoraram mesmo?

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Talvez sim, mas não o bastante! Um grupo de pais de crianças com deficiência criou na Grã-Bretanha uma página no Facebook chamada “Toys Like Us” (Brinquedos como nós) demandando dos fabricantes de brinquedos maior representatividade nas prateleiras das lojas. Tem até uma campanha circulando com a hashtag #ToysLikeMe. Por que não existem brinquedos com aparelhos auditivos, com cadeiras de rodas ou cães guias? Muitos poderiam justificar que os custos não justificam, ou que não há mercado. Aí vem uma marca britânica modesta chamada Makies, que cria bonecos personalizados a partir de uma impressora 3D e faz isso:

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Uma boneca com bengala, outra com aparelho auditivo e uma com marcas de nascença e cicatrizes. Não é o máximo? E olha que esses foram só os primeiros modelos. A idéia é que a variedade cresça ainda mais no futuro. Além disso, os pais poderão até simular marcas iguais às dos filhos em breve. Eu que tenho cicatriz desde bebê, teria amado uma boneca igual a mim. Acho a iniciativa muito bacana e a campanha nada além de justa. Fiquei muito comovida com a história toda e por isso quis endossar trazendo a história para cá. De qualquer forma, vale conhecer a Makies. Até brinquei de fazer uma boneca pra mim, rs…

Gostaram!?

Beijos,
Gabi

2 comments

  1. Sabe que amei demais! Em algum post do meu insta falei justamente, dia desses, sobre a falta de brinquedos, mais especificamente da Barbie, que cause uma identificação com a criança! Quando pequena tive Barbie ruiva, morena e negra, até uma negra que vinha gravidinha ^^
    Mas há uns dois anos escasquetei que queria outra Barbie negra e cacheada, tipo eu! Só que moro em Aracaju, onde pouca coisa fora do “comum” (aka imposto pela sociedade como bonito) chega! Mas minha mãe trouxe um linda Barbie negra pra mim, de Recife! Tenho primos e primas negros que não tem brinquedos de sua cor. E eu que sou chata pra caraca, insisto em só dar presentes de identificação étinica ou cultural (pois é, sou dessas rs marromenos quase ativista).
    A Makies deve ser o sonho pra crianças e pais!

    1. Que bacana! Acho que tem que ter pra todo mundo inclusive.
      Eu sou branca e já pequena consegui reconhecer que faltava diversidade nas minhas bonecas, rs.
      Se um dia eu tiver filhos, vou fazer questão de fazer como você.
      Beijos,
      Gabi

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