Sem dúvida o bordão da internet mais usado neste ano é justamente a pertinente questão: “que ano é hoje?”. Estamos em 2015 (às vezes tenho minhas dúvidas) e ainda damos de cara com absurdos como este:
Me deparei com esta imagem na minha timeline do Facebook e não pude acreditar. Uma marca de cosméticos publicou esta imagem do “antes x depois” do alisamento dos cachos desta menininha. A foto era para promover o lançamento da marca para crianças que queiram “soltar” ou mesmo alisar seus fios. O produto por si só já me deixou de cabelo em pé, se me permitem o trocadilho. Mas o mais impressionante assustador é que fizeram isso numa menina tão pequena: ela tem só 2 anos.
É certo ensinar a uma criança que nem aprendeu a tirar a fralda que seu cabelo é “feio”? Honestamente, prefiro mil vezes o cabelo original. Claro que a decisão é dos pais (muito embora eu não entenda onde eles estavam com a cabeça), mas eu acho muito preocupante ver esse tipo de mensagem sendo passada para uma criança, sobretudo tão pequena. Por que perpetuar esta imagem de que o cabelo bom é o liso? Vocês acham que essas crianças seriam mais bonitas com cabelo liso?
Existe alguma maneira de deixar essas crianças mais belas? Eu duvido. Não vou nem entrar no mérito do uso de química em uma criança de dois anos. Acho terrível, mas não é o “x” da questão. O problema aqui é acreditar que o liso (e caucasiano) é melhor. O liso é uma opção e o cacheado é outra. Nenhuma deveria se sobrepor. E quando adultas, essas meninas podem escolher o que mais combina com elas. E para quem acha que liso sempre é melhor, sugiro a leitura deste post.
O que acham?
Beijos,
Gabi
eu nem me detive ao cabelo liso ou enrolado, mas sim a criança de dois anos ser exposta a produtos químicos por vaidade dos pais! Se em adultos os efeitos de alisamento são horriveis com queda de cabelo, feridas no couro cabelo e até mesmo intoxicação pelas vias respiratórias, imagina em uma criança! e por vaidade, DOS PAIS!
É um absurdo sem fim, por vários aspectos. Tanto pela auto aceitação da criança, pela imposição do padrão, pelas questões químicas, seério.. SEM NOÇÃO.
Eu fui uma criança crespa e não vou dizer que era de boa, haha.. Chorava pra desembaraçar, pegava muito piolho, sofria bullying, chorava. Minha mãe só dizia que eu era linda, e que um dia eu ia ficar grande, ia fazer o que quisesse com o meu cabelo, mas que se alisasse, sentiria falta dos cachinhos.
Com 17 anos, depois de muita encheção de saco, ela começou a me deixar soltar os cachos.. Primeiro foi coisa leve, e depois com meu proprio dinheiro comecei a alisar par valer. Pois to aqui com 30, em transição, voltando pros meus cachinhos. Mommy knows everything.
Nossa! Estou chocada!
Tenho uma filha pequena (8 meses) e desde que descobri a gravidez decidi não alizar mais o cabelo, sempre sofri com comentários opressores, sou a unica na família com cabelo crespo, e eu queria que minha filha visse que eu me aceito do jeito que sou e talvez ela também se aceite e não se sinta menos por isso ou aquilo, como aconteceu comigo.
Fico assustada como as pessoas impõem as outras normas e pré-conceitos e nem percebem, esse deveria ser um assunto mais debatido.
Cada pessoa é bela a sua maneira, se aceitássemos isso com certeza respeitaríamos mais uns aos outros!
Oi. Gabi, muito boa sua reflexão. Um outro caso que está repercutindo por nos fazer refletir sobre não se ter a aparência “certa” e suas implicações para a vida é o caso da Payton Cramblett Zinkon. Eu não me sentiria bem se minha mãe processasse alguém por ter pago para receber uma menina branca e ter que ficar com uma mestiça. Vale a pena ler e refletir. É de doer o coração para dizer o mínimo. Beijos.
acho que devemos tomar mais conta da nossa propria vida e deixar a vida dos outros tem coisa piores e ninguem da importancia