Provavelmente você já ouviu o termo “genderless” por aí. O movimento que não faz distinção entre masculino e feminino está cada vez mais presente na moda. Peças que podem ser usadas por todos começaram a aparecer há algumas temporadas. Recentemente a Melissa lançou sua nova coleção de Inverno com dois modelos de sapato que se encaixam nesse perfil: a rasteira Flox Unissex e o oxford Grunge, que terão numeração até 43.
É, não existem mais fronteiras na moda. As barreiras entre o masculino e feminino estão cada vez mais indefinidas, principalmente com todas as discussões sobre identidade de gênero que têm rolado nos últimos tempos. Desde pequenos fomos “ensinados” que rosa é cor de menina e azul é cor de menino e conforme vamos desconstruindo os estereótipos de gênero isso acaba afetando, consequentemente, a esfera do estilo.
Já falei sobre a maravilhosa da Ruby Rose nesse post, lembram? A modelo e atriz, que se considera “gender fluid“, possui uma marca de roupas agênero com a ex-namorada e estilista Phoebe Dahl.
Semana passada a nova campanha feminina da Louis Vuitton deu o que falar por estampar Jaden Smith, filho de Will Smith, usando saia. O menino deu várias entrevistas dizendo que não vê gênero nas roupas. Inclusive, ele já foi visto diversas vezes usando saias e vestidos. Nicolas Ghesquière entrou para dar uma modernizada na marca e a escolha de Jaden Smith foi tão coerente que fica difícil não curtir o resultado final das fotos.
E não é só lá fora que a moda agênero vem ganhando força. Além da Melissa, existem outras marcas brasileiras que vêm apostando nesse movimento.
Não diria que a neutralização de gênero seja uma tendência, mesmo que algumas marcas vejam desta forma e tentem surfar “nessa onda” para ganhar mais dinheiro. Acho que é um movimento natural que reflete mudanças importantes que vêm acontecendo na sociedade. A moda convencional, que estamos mais do que cansadas de ver por aí, já não reflete 100% a nossa realidade. Se o que existe agora não representa fielmente o mundo em que vivemos, precisamos criar novas formas e novos meios de expressar tanta diversidade. E o estilo pessoal não é uma das maneiras de mostrarmos nossa personalidade? Então a moda agênero faz uma declaração de quem a pessoa é, de como ela quer ser vista e que mensagem ela quer passar. Não está ligada ao mercado, e sim a valores pessoais. Não é apenas sobre homem usar saia, por exemplo. É simplesmente sobre não ter mais rótulos, não ter limites.
O que acham?!
Beijos,
Mandy
Amei o tema do post, super atual! E já garanti minha flox preta. ?
Acho que é óbvio o movimento da moda acompanhar as tendências da sociedade, mas acredito que esse é um momento onde essa ligação nunca havia ficado tão explicitada. E pensando na moda como arte, acho mto legal trazer a tona esse tipo de discussão.
Outro dia fui com a minha filha de 1a5m a Zara para procurar uma camiseta para o pai dela… ela na arara de camisas sociais ou camisetas lisas, apontava e gritava “papai!”… quando chegamos nas camisetas regatas estampadas ou nas de modelagem mais fluidas, na hora ela apontou e disse “mamãe!”. Ela tem a maioria das roupas de cores neutras e simples, mas lógico, sempre tem a tia que fala que brilho, laço e rosa são coisas de menina. E isso acaba moldando a criança desde bebe… achei desconfortável, fiquei espantada com a divisão que ela já tem na cabeça…
Excelente matéria! Precisamos nos conscientizar e nos atualizar dos movimentos que vão além das tendências. Acho que nesse caso, a moda só acompanhou o curso natural da vida.
Parabéns pelo conteúdo, vocês arrasam!
Beijos,
Barbara.
Amei